Vivemos em uma época em que
os grupos se organizam, e cada um exige os seus direitos.
As mulheres também têm as
suas reivindicações como: equiparação de salários, ocupação de cargos, antes somente
ocupados por homens e outros mais.
Eu
quero falar algo sobre uma mulher maravilhosa, sábia, inteligente e virtuosa, com
uma excelente consciência social, e até mesmo politizada, digo isto pela forma
como se expressou em seu Cântico ou Magnificat. Se ela
vivesse na época atual, seria classificada
como uma mulher empoderada.
Estou me referindo á MARIA,
a mãe de Jesus. A maior educadora de todos os tempos. Li muito a respeito de
sua vida, pesquisei algo sobre essa
mulher extraordinária que abrigou em seu ventre o Filho de Deus, JESUS.
Fiquei a pensar o por que,
de ser ela a escolhida entre tantas jovens em Israel, para cumprir os desígnios
de Deus em sua vida.
Muitos não conseguem
entender esse processo, mas há verdades eternas e que são reveladas somente
para aqueles que creem na veracidade da
Palavra de Deus. Li dentre outros o livro de Augusto Curi, de onde colhi
algumas informações que aproveitei para este escrito.
Para o seu plano, Deus
escolheu uma jovem saindo da adolescência, ela era bem jovem, mas que reunia
qualidades as quais Deus buscava, para ser a mãe de seu Filho.
Maria era uma jovem humilde,
temente a Deus, bondosa e pura. Ao vê-la, Deus encontrou nela a pessoa ideal
para que seu Filho fosse encarnado e viesse ao mundo, tornando-se Emanuel (Deus
conosco).
O profeta Isaias (9:6)
anunciava o nascimento do Messias.” Porque um menino nos nasceu, um filho se
nos deu; o governo está sobre os seus ombros;...” Maria sabia da
responsabilidade que seria ser mãe de alguém que teria o principado sobre os
seus ombros, Deus, de igual modo não iria escolher qualquer pessoa para que
nela fosse gerado seu Filho, o Verbo Divino, por obra e graça do Espírito
Santo. Maria achou graça diante de Deus, dentre todas as jovens daquele pequeno
lugar de aproximadamente 300 habitantes, ela foi agraciada para tão abençoada
missão. Na sua humildade e singeleza de coração aceitou a sua missão anunciada
pelo anjo Gabriel, após algumas interrogações : Como será isto? Não tenho
relação com homem algum? Ao que lhe disse o anjo: Descerá sobre ti o Espírito
Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra... Ouvindo estas
palavras, Maria creu, e aceitou dizendo:
“Aqui está a serva do
Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra,” (Lc.1:38 ). Maria foi
escolhida porque reunia condições para criar o Filho de Deus humanizado,
educa-lo segundo os princípios sagrados judaicos, preparando-o para a missão
que teria que cumprir na terra. Ela era a mola mestra de todo esse processo,
era a educadora. Naquela época, a educação e o ensino era realizado em primeiro
lugar nos lares. Os filhos teriam que ter conhecimento da TORÁ, amar e conhecer o Antigo Testamento, teria que conhecer textos como as
profecias, conhecer a lei, e Jesus cumpriu toda a lei. Maria aprendia enquanto ensinava e diz a
Bíblia que ela guardava tudo em seu coração. ( Lc.2:51)
Após este acontecimento,
Maria foi às montanhas em uma cidade de Judá, visitar sua prima Isabel. E esta ao saudar sua prima
Maria, a criança que estava em seu
ventre estremeceu, essa criança era João. Então Isabel cheia do Espírito Santo
exclamou:” Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre”.
(Lc.1:42 )
Nesse momento Maria, então
movida pelo Espírito cantou o seu maravilhoso Cântico de Maria, ou Magnificat. (devido
à primeira palavra de sua tradução em
latim).
“A minha alma engrandece ao
Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu salvador”. Jesus o salvador era,
e é Deus, e pelo Espírito ela sabia que Jesus seria o seu salvador, ela estava
incluída naqueles que esperavam a redenção de Israel, a vinda do Messias. Maria reconhecia a sua condição
humilde e manifestava a sua gratidão dizendo: ”porque atentou na humildade de
sua serva” em outra tradução diz: “porque atentou na baixeza de sua serva”
Talvez ela não entendesse
bem, mas ela cria na extensão dessa tão
grandiosa missão porque fora dita e
criada no coração de Deus.
O menino que os profetas
anunciavam e que todos esperavam a tornaria diante das gerações bem-aventurada. Continuando o seu canto disse:
“Pois agora todas as gerações me
chamarão bem-aventurada, porque me fez grandes coisas o Todo Poderoso. Santo é
o seu nome”
Maria se dava conta da
situação e do comportamento da sociedade de então, e no seu cântico frisou o
seguinte: “ Agiu com o seu braço valorosamente, dispersou os que, alimentavam
no seu coração pensamentos soberbos.” Maria não era omissa nem desapercebida da
situação em que seu povo vivia, ela conhecia muito bem a situação política e
social que estavam vivendo, e como os demais de seu povo, esperava a redenção
dessa situação. No seu Magnificat demonstrou claramente que se interessava pelos
problemas que seu povo passava, os homens dominantes
que cometiam injustiça acarretando sofrimento aos
humildes. Por isso digo, Maria era politizada, porque manifestou ainda em seu
cântico: “ Derribou de seu trono os poderosos e exaltou os humildes, encheu de
bens os famintos e despediu vazios os ricos.” Demonstrando assim a consciência
social que possuía, e finalizando ela
cita o amparo de Deus a Israel e sua descendência para sempre, segundo a sua
promessa.
Seu cântico estava cheio de
palavras de sabedoria, ela estava preparada para enfrentar as lutas que por
certo viriam, por causa da decisão que tomara.
Teria que enfrentar a
sociedade que exercia uma cultura patriarcal muito rígida e preconceituosa, onde a mulher pouco era
valorizada, a cultura hebraica, que não podia entender que Deus age conforme o
Seu querer.
A discriminação, por ser uma
jovem ainda solteira e estar esperando um filho, os buchichos da
vizinhança, a condenação de alguns
familiares, (talvez). Maria suportava tudo, enfrentava tudo com dignidade e fé,
até quando se cumpriu o dia de trazer ao mundo o Filho de Deus.
Houve um decreto de César
Augusto para toda a população do império
recensear-se. José e Maria foram também da pequena cidade de Nazaré, para a
Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém. Ali completaram-se-lhe os dias “ela deu a luz
o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não
havia lugar para eles na hospedaria”. (Lc.2:7)
O mundo não entendeu, mas os
céus comemoraram o nascimento de Jesus. Anjos avisaram os pastores no campo,
anjos anunciaram o seu nascimento, Coros celestiais entoaram hinos de louvor
dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a
quem ele quer bem”. Uma bela estrela apontava o presépio e serviu de guia para
os reis magos chegarem até lá e oferecerem os seus presentes, cada um com
significados especiais. Aleluia!
Não foi fácil a vida para
eles, sofreram perseguições e lutas, mas Maria suportou firme porque era uma
mulher de fé.
Jesus foi crescendo em graça, estatura e sabedoria, passou a
trabalhar com seu pai adotivo, José que era carpinteiro, segundos os costumes,
o pai deveria passar o conhecimento da sua profissão aos filhos, ainda que
depois estudassem outra profissão, mas a paterna era indispensável. “ Jesus era
homem de dores e experimentado nos trabalhos”. Devido a dureza do trabalho,
como cortar a madeira, serrar, aplainar
a madeira de forma rústica,
vender o produto do seu trabalho, suas mãos deveriam ser calejadas, mas ele
tudo fez esperando o dia em que o Pai autorizaria iniciar a sua verdadeira
missão aqui na terra.
Um belo dia, Jesus fechou a
marcenaria, lançou mão do seu manto e o jogou sobre os ombros e caminhou até o
Jordão, ali foi batizado por João Batista, que ao vê-lo disse:” Eis o Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo.”
Jesus se preparou 30 anos
para exercer a missão para a qual foi enviado. Dez anos para cada ano de
ministério, e Maria acompanhava em silêncio todo o desenrolar dos acontecimentos.
A Bem-aventurada Maria, do
alto da sua sabedoria ficava na retaguarda, ela sabia desempenhar o seu papel,
ela sabia o seu lugar, ela nunca quis a glória para si, porque tinha pleno
conhecimento que era somente um
instrumento nas mãos do Todo Poderoso, e além de tudo ela sabia quem era Jesus. Sempre deu a prioridade
para ele, Maria nunca passou na frente de Jesus, quando Jesus realizou o
primeiro milagre em Caná da Galiléia, após o impasse da falta do vinho, Maria
comunicou a Jesus a necessidade do momento, depois transmitiu aos criados : “Fazei tudo quanto Ele vos disser”.
Essa atitude de submissão a tornava maior ainda e admirada, por isso era
chamada de bem-aventurada.
Falaria muito sobre as
qualidades da bem-aventurada mãe de Jesus, mas ficaremos por aqui. O mundo se
prepara para comemorar o Natal, não sabemos em realidade qual o dia e mês do
acontecimento, porém, 25\12 foi a data estipulada para nós os cristãos, comemorarmos
esse tão grande acontecimento: Jesus vindo morar na terra com os homens. É hora
de examinarmos a nós mesmos e nos voltarmos para ele, sabendo que todo esse
acontecimento culminou com o brado na cruz, onde ofereceu a sua vida em resgate
das nossas almas. Ele é o Caminho, Ele é a Verdade, Ele é a vida.
Natal é festa, é alegria, é
a família reunida para agradecer a Deus o presente enviado a nós. É olhar para
o pobre e necessitado, como Maria citou em seu Cântico, “encheu de bens os
famintos”, jamais despedi-los vazios.
Natal é igualdade. Natal é a festa do Amor!
DEUS SEJA
LOUVADO!
Missionária
Rosa Maria Ferreira Cunha