terça-feira, 17 de dezembro de 2019

MARIA, A MULHER EXTRAORDINÁRIA!


                                                                     
Vivemos em uma época em que os grupos se organizam, e cada um exige os seus direitos.
As mulheres também têm as suas reivindicações como: equiparação de salários, ocupação de cargos, antes somente ocupados por homens e outros mais.

Eu quero falar algo sobre uma mulher maravilhosa, sábia, inteligente e virtuosa, com uma excelente consciência social, e até mesmo politizada, digo isto pela forma como se expressou em seu Cântico ou Magnificat.  Se ela  vivesse na  época atual, seria classificada como uma mulher empoderada.
Estou me referindo á MARIA, a mãe de Jesus. A maior educadora de todos os tempos. Li muito a respeito de sua vida,  pesquisei algo sobre essa mulher extraordinária que abrigou em seu ventre o Filho de Deus, JESUS.

Fiquei a pensar o por que, de ser ela a escolhida entre tantas jovens em Israel, para cumprir os desígnios de Deus em sua vida.
Muitos não conseguem entender esse processo, mas há verdades eternas e que são reveladas somente para  aqueles que creem na veracidade da Palavra de Deus. Li dentre outros o livro de Augusto Curi, de onde colhi algumas informações que aproveitei para este escrito.

Para o seu plano, Deus escolheu uma jovem saindo da adolescência, ela era bem jovem, mas que reunia qualidades as quais Deus buscava, para ser a mãe de seu Filho.
Maria era uma jovem humilde, temente a Deus, bondosa e pura. Ao vê-la, Deus encontrou nela a pessoa ideal para que seu Filho fosse encarnado e viesse ao mundo, tornando-se Emanuel (Deus conosco).

O profeta Isaias (9:6) anunciava o nascimento do Messias.” Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros;...” Maria sabia da responsabilidade que seria ser mãe de alguém que teria o principado sobre os seus ombros, Deus, de igual modo não iria escolher qualquer pessoa para que nela fosse gerado seu Filho, o Verbo Divino, por obra e graça do Espírito Santo. Maria achou graça diante de Deus, dentre todas as jovens daquele pequeno lugar de aproximadamente 300 habitantes, ela foi agraciada para tão abençoada missão. Na sua humildade e singeleza de coração aceitou a sua missão anunciada pelo anjo Gabriel, após algumas interrogações : Como será isto? Não tenho relação com homem algum? Ao que lhe disse o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra... Ouvindo estas palavras, Maria creu, e aceitou dizendo:

“Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra,” (Lc.1:38 ). Maria foi escolhida porque reunia condições para criar o Filho de Deus humanizado, educa-lo segundo os  princípios  sagrados judaicos, preparando-o para a missão que teria que cumprir na terra. Ela era a mola mestra de todo esse processo, era a educadora. Naquela época, a educação e o ensino era realizado em primeiro lugar nos lares. Os filhos teriam que ter conhecimento da TORÁ,  amar e conhecer o Antigo  Testamento, teria que conhecer textos como as profecias, conhecer a lei, e Jesus cumpriu toda a lei.  Maria aprendia enquanto ensinava e diz a Bíblia que ela guardava tudo em seu coração. ( Lc.2:51)

Após este acontecimento, Maria foi às montanhas em uma cidade de Judá, visitar sua  prima Isabel. E esta ao saudar sua prima Maria,  a criança que estava em seu ventre estremeceu, essa criança era João. Então Isabel cheia do Espírito Santo exclamou:” Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre”. (Lc.1:42 )

Nesse momento Maria, então movida pelo Espírito cantou o seu maravilhoso  Cântico de Maria, ou Magnificat. (devido à  primeira palavra de sua tradução em latim).
“A minha alma engrandece ao Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu salvador”. Jesus o salvador era, e é Deus, e pelo Espírito ela sabia que Jesus seria o seu salvador, ela estava incluída naqueles que esperavam a redenção de Israel, a vinda  do Messias. Maria reconhecia a sua condição humilde e manifestava a sua gratidão dizendo: ”porque atentou na humildade de sua serva” em outra tradução diz: “porque atentou na baixeza de sua serva”

Talvez ela não entendesse bem, mas ela cria na extensão dessa  tão grandiosa missão porque fora dita  e criada no coração de Deus.
O menino que os profetas anunciavam e que todos esperavam a tornaria diante das gerações  bem-aventurada. Continuando o seu canto disse: “Pois agora todas as gerações  me chamarão bem-aventurada, porque me fez grandes coisas o Todo Poderoso. Santo é o seu nome”

Maria se dava conta da situação e do comportamento da sociedade de então, e no seu cântico frisou o seguinte: “ Agiu com o seu braço valorosamente, dispersou os que, alimentavam no seu coração pensamentos soberbos.” Maria não era omissa nem desapercebida da situação em que seu povo vivia, ela conhecia muito bem a situação política e social que estavam vivendo, e como os demais de seu povo, esperava a redenção dessa situação. No seu Magnificat demonstrou claramente que se interessava pelos problemas que seu povo passava, os homens dominantes
que  cometiam injustiça acarretando sofrimento aos humildes. Por isso digo, Maria era politizada, porque manifestou ainda em seu cântico: “ Derribou de seu trono os poderosos e exaltou os humildes, encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.” Demonstrando assim a consciência social que possuía,  e finalizando ela cita o amparo de Deus a Israel e sua descendência para sempre, segundo a sua promessa.
Seu cântico estava cheio de palavras de sabedoria, ela estava preparada para enfrentar as lutas que por certo viriam, por causa da decisão que tomara.

Teria que enfrentar a sociedade que exercia uma cultura patriarcal muito rígida e  preconceituosa, onde a mulher pouco era valorizada, a cultura hebraica, que não podia entender que Deus age conforme o Seu querer.

A discriminação, por ser uma jovem ainda solteira e estar esperando um filho, os buchichos da vizinhança,  a condenação de alguns familiares, (talvez). Maria suportava tudo, enfrentava tudo com dignidade e fé, até quando se cumpriu o dia de trazer ao mundo o Filho de Deus.
Houve um decreto de César Augusto para  toda a população do império recensear-se. José e Maria foram também da pequena cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém.  Ali completaram-se-lhe os dias “ela deu a luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria”. (Lc.2:7)
O mundo não entendeu, mas os céus comemoraram o nascimento de Jesus. Anjos avisaram os pastores no campo, anjos anunciaram o seu nascimento, Coros celestiais entoaram hinos de louvor dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. Uma bela estrela apontava o presépio e serviu de guia para os reis magos chegarem até lá e oferecerem os seus presentes, cada um com significados especiais. Aleluia!

Não foi fácil a vida para eles, sofreram perseguições e lutas, mas Maria suportou firme porque era uma mulher de fé.

Jesus foi crescendo  em graça, estatura e sabedoria, passou a trabalhar com seu pai adotivo, José que era carpinteiro, segundos os costumes, o pai deveria passar o conhecimento da sua profissão aos filhos, ainda que depois estudassem outra profissão, mas a paterna era indispensável. “ Jesus era homem de dores e experimentado nos trabalhos”. Devido a dureza do trabalho, como cortar a madeira, serrar, aplainar  a madeira de forma  rústica, vender o produto do seu trabalho, suas mãos deveriam ser calejadas, mas ele tudo fez esperando o dia em que o Pai autorizaria iniciar a sua verdadeira missão aqui  na terra.

Um belo dia, Jesus fechou a marcenaria, lançou mão do seu manto e o jogou sobre os ombros e caminhou até o Jordão, ali foi batizado por João Batista, que ao vê-lo disse:” Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.”
Jesus se preparou 30 anos para exercer a missão para a qual foi enviado. Dez anos para cada ano de ministério, e Maria acompanhava em silêncio  todo o desenrolar dos acontecimentos.

A Bem-aventurada Maria, do alto da sua sabedoria ficava na retaguarda, ela sabia desempenhar o seu papel, ela sabia o seu lugar, ela nunca quis a glória para si, porque tinha pleno conhecimento que era  somente um instrumento nas mãos do Todo Poderoso, e além de tudo ela  sabia quem era Jesus. Sempre deu a prioridade para ele, Maria nunca passou na frente de Jesus, quando Jesus realizou o primeiro milagre em Caná da Galiléia, após o impasse da falta do vinho, Maria comunicou a Jesus a necessidade do momento, depois transmitiu aos  criados : “Fazei tudo quanto Ele vos disser”. Essa atitude de submissão a tornava maior ainda e admirada, por isso era chamada de bem-aventurada.
Falaria muito sobre as qualidades da bem-aventurada mãe de Jesus, mas ficaremos por aqui. O mundo se prepara para comemorar o Natal, não sabemos em realidade qual o dia e mês do acontecimento, porém, 25\12 foi a data estipulada para nós os cristãos, comemorarmos esse tão grande acontecimento: Jesus vindo morar na terra com os homens. É hora de examinarmos a nós mesmos e nos voltarmos para ele, sabendo que todo esse acontecimento culminou com o brado na cruz, onde ofereceu a sua vida em resgate das nossas almas. Ele é o Caminho, Ele é a Verdade, Ele é a vida.
Natal é festa, é alegria, é a família reunida para agradecer a Deus o presente enviado a nós. É olhar para o pobre e necessitado, como Maria citou em seu Cântico, “encheu de bens os famintos”,  jamais despedi-los vazios. Natal é igualdade. Natal é a festa do Amor!
       DEUS SEJA LOUVADO!
Missionária Rosa Maria Ferreira Cunha