Era muito gostoso viajar de trem. Como eu
gostaria que ainda hoje na minha terra, Belém, voltasse
esse meio de transporte. Lembro quando íamos com minha vó professora Joaquina
Costa para Apeú-Pará. Era uma emoção viajar de trem, esperávamos com ansiedade
viajar na famosa Maria Fumaça. Na véspera da viagem não dormíamos, na
expectativa da hora da viagem. Minha avó dizia: Vamos com roupas bem simples,
porque acontece de sair faíscas da máquina do trem, que queimam a roupa
(pequenos furos). Fazíamos como a vovó dizia.
O apito do trem era
emocionante, dava um frio na barriga, aquele barulho tradicional ( café com
pão, bolacha não, café com pão, bolacha não, café com pão, bolacha não ), era
assim que entendíamos o barulho da marcha do trem, era delicioso. Minha vó
comprava na quitanda perto da sua casa, deliciosas frutas, como: uxí, umarí
para nós comermos na viagem. Nem bem a Maria Fumaça saía, e nós já estávamos
pensando em comer as frutas. Só a viagem era uma festa. Minha vó ia nos falando
dos prédios e instituições por onde passávamos e dizia aqui funciona ou
funcionou tal coisa, este é o famoso Colégio Lauro Sodré, e assim ia nos
informando a viagem toda. Minha vó era professora normalista, trabalhava no
Grupo escolar Doutor Freitas e também dava aula particular, era muito
conceituada e amada. São "recuerdos inolvidables" daquele tempo, que
me deixou muitas saudades. Tenho gratidão pelas pessoas que me ajudaram no meu
crescimento e formação, como minhas avós e meus pais Alguém escreveu que a
gratidão é a memória do coração. Meu coração não esquece. Me agradaria muito
passar essas experiências aos meus netos, mas o mundo modificou, eles viverão
outras experiências e também agradáveis, que por certo não esquecerão.
Missionária Rosa Maria
Ferreira Cunha
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