PERDAS QUE SE TRANSFORMAM EM LUCROS

 Há muitos anos chegou às minhas mãos uma folha da revista ‘A seara’,havia um artigo com esse tema, não sei o autor. A folha foi se desgastando pelo tempo, então resolvi copiá-la em um caderno. Hoje resolvi transcrevê-la poderá ser de bênçãos para outros como foi para mim. Interessante como a vida acontece em meio a inumeráveis pequenas tragédias. A natureza parece sobreviver graças a morte de alguns de seus mais preciosos componentes. 

Animais aquáticos continuam vivos porque se alimentam de outros, pássaros devoram outros pássaros e a flor que morre serve de adubo para a planta. Vida e morte parecem se encontrar no dia a dia do universo. Não é diferente conosco que tantas vezes vemos roubados alguns dos nossos sonhos mais acalentados e somos invadidos em nossa intimidade por sentimentos que não gostaríamos de ter. Como seres humanos frágeis temos de enfrentar perdas materiais, psicológicas e de todo tipo. Nestas horas podemos, assim como a natureza adquirir sabedoria para transformar a perda em lucro.

 È bom saber que lidamos com o Deus que transforma o mal em bem, que faz a luz penetrar nas trevas e edifica mesmo em meio das ruínas mais completas. O importante é que para construirmos algo novo em nossas vidas, é preciso que nos desvencilhemos de coisas que chegaram antes e ainda ocupam um espaço importante, mas cuja presença impede o nascimento de novos rumos “...deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta”.(Hb.12:1 ). 

A corrida pode ficar cansativa e parecer que não nos conduz a lugar algum se tivermos nossas pernas presas ao que não é tão importante. Pode até acontecer de não precisarmos nos desfazer literalmente de coisas e pessoas, mas sim, do modo como as encaramos e nos prendemos a elas. Em alguns casos o Senhor, tão somente espera que a nossa visão da vida e do que possuímos seja radicalmente reformulada. 

Descubra um propósito por detrás da perda. ”O grão que não morrer não pode dar fruto”. O processo da mortificação dos velhos costumes e envolvimentos emocionais na maioria das vezes é doloroso, mas tremendamente compensador. Quanto mais dura for a casca do grão, mais difícil e doloroso será o processo gerador da vida. Ao passar por alguma perda, fique sabendo que algo novo vai acontecer em sua vida; porque também é preciso estar preparado para o dia mau, sempre há um dia mau para se enfrentar. Diga para você mesmo: Deus nunca me desamparou e não vai ser desta vez que isto vai acontecer. Na verdade o que mais nos afeta é perder valores imateriais como: alegria, esperança, fé e amor; por detrás de coisas e pessoas estão sentimentos. Ao colocarmos nossa esperança nas coisas e pessoas desta vida estamos sujeitos a nos tornarmos infelizes quando as perdemos. Quando perdemos o que amamos, acabamos perdendo junto alguns valores importantíssimos e incorporamos sentimentos negativos com os quais não conseguimos conviver harmoniosamente.

 Conheci um homem que ao perder a esposa tornou-se um morto em vida. Sua esperança estava colocada nela, sem ela perdera a razão de viver. A solidão é um estado de espírito e na maioria das vezes não depende de ter alguém por perto. Está na hora de mudar este quadro e renascer para a verdadeira vida. Perdas podem transformar-se em lições de vida. Não creio que Deus provoque perdas para nos ensinar, mas sim que ele nos ensina através das perdas. Paulo disse: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor...” Fp.3: 7,8.   

Rosa Maria Cunha